segunda-feira, 8 de junho de 2009

Meu primeiro olho de vídeo


Quando usei pela primeira vez uma câmera de vídeo, minha primeira Hi-8, eu achava que poderia gravar o que meus olhos viam. Depois de gravadas as primeiras imagens e reproduzir, tomei um susto! O que os olhos veem a câmera não sente, escrevi dias depois. Naquela noite, eu quis filmar a lua. Lua cheia que meus olhos sempre acompanharam reproduzida na íris. Porém, pelo visor da câmera, não foi possível vê-la com tanta nitidez, tentei um zoom e nada. Fiquei um pouco desanimado achando que as câmeras então eram uma ilusão, talvez apenas as do grande cinema conseguissem realizar as imagens que eu vivia. Mas, aos poucos, a paixão pelo cinema me fez continuar adaptando meu olhar ao que a câmera traduzia.
Desde então, venho seguindo meu caminho em busca do olhar do cinema e, consequentemente, da tecnologia. Não nego mais, como em outros tempos neguei, que a tecnologia seja maravilhosa e importante para a tradução das imagens. Hoje tenho a oportunidade de usar uma nova câmera e as imagens já se parecem mais com meu olhar. Ao mesmo tempo, e cada vez mais, fiz os filmes que pude e com o que tive, o que me deu a certeza que antes de tudo é necessário uma estética ousada e simples, que dê conta do que se propõe, que saiba o tamanho de suas pernas e, a partir dessa constatação, seja possível medir o tamanho do passo para caminhar os mundos possíveis.

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