Allá
la ó. Entre praias e ipês, seguindo o canto do juriti, puxador de blocos,
atravessamos o deserto do Márcio e o carnaval passou. Resta a experiência
do carnavalesco. Ato ou efeito de
carnavalizar. Belo Horizonte não é mais o fim do mundo. Tem variadas
personalidades carnavalescas blocais. 1,2,3,4,10, 20, mil. Todo mundo andando a
pé, e a ruas estão tomadas, farofada. É festa pra todo mundo, pois, como já
diria o Guru: tem tinta que não pinta e fica feia.
Pois
é, e o clipe do Graveola? Babulina´ Trip. Haja carnavalização. Que viagem!
Espaçomegafabetismo. BH como nunca dantes vista. Coisa pop. BH pop bacana.
Bricolage da boa. Mistura gostosa. Rogério Duarte é que vai gostar! Tem cara de
68. Um dando imagem ao outro. Re, o re, regendo a reinvenção, resignificação,
realce de BH, refavelização ancestral da cidade moderna. Que beleza. Pessoas na
rua com certeza. Amababulinidade.
Alegria constante na praia e no Santa Tereza, e tudo ali, toda a história de
uma época ali.A praialacerdafacebookmusicaindependenteteiaocupeacidadecopadomundo.
O
clipe novo do Grave é um Sargent Peppers tropicalista antropofágico de belo
horizonte. Até que enfim uma coisa assim. Sintético, estético, Belô no mapa
mundi do Brasil. Ícones vários polifoneados pelo lixo, luxuoso do grave. O
Gabriel diz que tem unidade sem ter. O TAO oriental. Sertão. Disseram no jantar
x que são tantas as cores, com tanta montagem, que fica na memória, por fim, um
pequi. Rodado o disco de Newton vemos o pequi. O videoclipe é pequi. E não é.
Tem muita coisa. Passa por um tudo em minutos. Aleph. Borges. Facebook e fotos.
Há algo aí. Gostei de ver, ver-te que te quero ver-te. Um re ver da cidade que
nunca foi vista. É bela, olha as cores dela, tem boa vista, tem artista. Tem
turista. Logo tem amigo de Campo Grande, querendo vir passar carnaval aqui. Vou
enumerar todos os que vi...não, desisti.
Graveola
chutou uma bola pro rumo certo, tirar a cidade do deserto. Estamos todos por
perto. Mobilis amabilis. O relatoafetivomusical somou as imagens e os sentidos.
Mendes,
o liquidificador de imagens. Onde estão as imagens esquecidas? Falta algo ali?
Tudo desde a praia até aqui. Quanto cor, mesmo que tudo pequi, está ali.
Milhares de cores, diurnos de Belo Horizonte. Aqui o sol Então Brilha! Também tem
céu anil e ipê amarelo.
Babulina´s
trip. Nós somos nossos ancestrais e nosso futuro. Tudo é Re. Re torno. Re Gil,
leitor de Oswald. Todo mundo na rua de deglutir tudo. A paisagem agora é o
nosso próprio belo horizonte. Com muito sentido concreto, inundando a água do
rio, que se quer limpo e cristalino. Envie fotos para o videoclipe, seja sua
própria bola de futebol. Olé graveola. Inventário afetivo de uma paisagem
musical. BHordello, quanta coisa, cada lugar, uni-verso. Daqui 30 anos, vai ter
muito escafandrista querendo decifrar!