sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Sob encomenda - TiãodoÁ - Experiença




     escrevo sob encomenda, depois de tanto tempo do lançamento do disco tiãodoá experiença. o disco saiu na semana fantástica do início de julho de 2012. thiakov, rafa martini, gustavito, flávio henrique e outros lançaram, deve ter existido outros, na mesma semana. foi a primeira vez na vida que troquei todos meus cd's de sempre pela música dos contemporâneos. que o panorama daqui é de chorar de alegria, nós sabemos. mas o fato é que a música de belo horizonte precisa sair daqui. Oxalá um texto em português  ajude. Há para viver tanto quanto há pra dizer.
      e o tião já foi. está lá nas zoropa. E quem será que eles estão conhecendo? A história irá dizer. claro, eles estão eletrizando o público de lá com o seu swing de power trio elétrico. o som? não há como não lembrar de gilberto gil, matriz especial da música feita na cena atual, com seu disco pós londres. ali gil toca uma música de jimi hendrix completamente psicodelizado depois de sua passagem pela terra dos beatles. ali vemos um gil que assume a eletricidade do momento e toda carga do desbunde da época. crazy pop rock. não é a toa que o disco experiença é irmão homônimo do experience de Jimi, outro monstro da linhagem tião. ambos são vibrantes, cada um com sua característica terraquea. daqui o samba, samba rock, forrock, pagode n roll (essa é nova do Tião) e as demais denominações. o fato é que o tião tem sangue nos zói. e gravou tudo caseiramente, mente que não acredita! titio thiakov gostou demais, ele que tem máquina do tempo e vive também na década de 70. experimentação na casa azul. 
                 Es
                      Co
                           Rre
                                 Ga
                                       Dor
     e o balanço escoregando sempre...
   temos que sair das montanhas lembra também a história de torquato encontrando com jimi Hendrix e suas possíveis trocas lisérgicas. e lá vão os meninos do Tião. eles vão  fazendo o mesmo. fazem aquele percurso europeu de tocar na rua, no café, onde ser e vier. absorvendo o que interessa e jogando o resto fora. é um tipo de viagente-hippie-beat-tropical-mambembembe antropofágica. eles trazem consigo a atitude e o tipo de som dos 70. salve jorge. um tipo de brasuka-hippie. Alô alô galvão e baianada, eu sou o amor da cabeça aos pés e pedaço de bicho de pé coça. tenho certeza que eles esquentam os corações europeus, cheios da música quadrada. E aqui deixam alguns provérbios enigmáticos “urubu não come folha é bacharel”. E que porra de Á é esse?
    ah, há ali também algo de transa, intersis play da língua inglesa cantada com o ritmo daqui, algo de macalé e wally sailormoon, que produziram o sulco por onde locomove algo tião. tem algo de voodoo, macumba, um pé negro, já sei juninho. ah malandro você que gravou aquela faixa angolana. aquela bateria e sua mistura pop-negra-indíngena de valadolares. do tipo daqueles que gostam de viajar. se bem que os outros dois não são flor que se cheiram. o luiz gabriel é uma máquina jukebox epistemologica e o gustavito é um...não sei muito bem. a visão que tenho dele é um cara descabelado, deitado, jogado, as vezes vestido de mulher, com roupa da avenida paraná, e cercado por gente alegre e bonita. eles tem benção do anjinho.
    sabe que deve ser muito bom viajar com os caras. divertido e bobeou virou música. no disco, é tudo verdade! esperaram o colchão da ana, ficaram na quebrada, conheceram o rui macacada, fora os código interno.
   porra galera, para de encher linguiça e escuta os cara, que é bom demais. Sopros de los hermanitos da américa, new mineiros dando rolé a torto e a direito pelo mundo inteiro. Fiar a canção nessa fé até...  

terça-feira, 26 de junho de 2012

Filhos de Gil (netos de Gandhi)




Gilberto Gil é um mestre. E como tal deve ser reverenciado. Não com fanatismo, mas com a alegria, que a própria figura dele conduz. Um cara que tem uma vida exemplar. Tanto na arte, quanto no gosto e na luta pelo brasil, quanto, o que talvez seja o principal, por um ser humano mais sensível.
Gil integrou um dos grandes movimentos de arte do brasil e do mundo, a tropicália. Deu ares de baião, de xaxado e de vários outros ritmos da sanfona ao violão. Se tornou holograma de Gonzagão pela capacidade parabolicamará.  E do violão a guitarra foi um pulo. Fez rock in bahia. Rasgou o frevo. Fez samba pra João Gilberto, dizendo que o rio continuava lindo. Releu Oswald de Andrade com Caetano Veloso e botou cores tropicais em melodias internacionais na geléia geral brasileira. Pôs para circular o expresso 2222. Re-inventou tudo que passou por seu afeto, acatou o ato do abacateiro e fez a meta ser o inatingível.
            De suas buscas existenciais, de seus retiros espirituais, meditou e encontrou Buda. Um Buda tão revolucionário e belo que sabiamente chamou de Dorival Caymmi. Na medida em que aprendia com o tempo rei, dava seus conselhos, e de forma beatnik criou o “se oriente rapaz”. Um fluxo constante e cinematográfico, ala Kerouac, também presente no Domingo no parque, que diz do que ele Gil via como o caminho. Tao te king Gil. O rei da brincadeira, o rei da confusão. Seu espírito se encontrou com o de Bob Marley no reggae e na mensagem de paz. Que incluía os Beatles e o imagine de um mundo melhor, mais justo. Foi por isso político, diplomata carismático. Jogou capoeira pelo mundo afora. Nomeou a morte, quis falar com Deus.
            Tomou ayahuasca com os índios e lutou por sua descriminalização. Teve um sonho com o Xingu e cantou músicas dos povos indígenas que conheceu. Louvou a amizade dos amigos e os santos de festas juninas. Comeu banana pro santo, cantou o bumba-yê-yê-boi e andou sempre com fé, fé na festa, pois ela não costuma falha. Exigiu o cabelo duro do Black is beautiful. Foi e voltou da áfrica. É notadamente brother dos orixás. Fez música para uma porção. É um quasecultointeiro. Bat macumba. E quando precisou chamou Iansã, iemanjá, Oxossi também, e mandou todo mundo descer pra ver os Filhos de Gandhi passar, pois era carnaval.
            E tudo não passou de uma grande besteira. Jogou no céu o anzol para pegar o sol e tudo que pegou foi um rouxinol. Por isso, os filhos de Gil saem, a partir de hoje, para homenagear Gilberto Gil.

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