sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Sem dúvida Bjork

Foi muito forte e marcante ver a artista Bjork batendo a mão contra o peito cantando: “The pleasure is all mine/Womem like us" durante o show que ela fez no Rio de Janeiro em 2008. Ali estava a confirmação de um sentido que eu já percebia na poética da artista. Principalmente em duas letras Cocoon e Vênus as a Boy. Nelas a cantora retrata o envolvimento amoroso de um casal do lado de quem vê e toca o corpo do homem. Apenas esse detalhe já seria digno de nota, porque a maioria das letras trata da visão soberana de um homem do corpo da mulher.
Mas, além disso, estão ali a beleza, a sensualidade, e a precisão das imagens sensacionais que ela nos transmite. Ela imprime, de forma poética, incomum, suave, erótica e delicada.
Uma imagem que vem potencializada ao extremo com a voz macia, gemida, jazzística, sussurrada e com um leve sopro divino. Quebras frasais, altamente sensuais, ondulam, percorrem corpos.
Em Cocoon, Bjork tem coragem e rigor ao dizer que o menino de sensibilidade mágica se aproxima e ela o acaricia. Tudo envolto numa massa de sons que faz uma cama para a música, são os lençóis de seda que apóiam os corpos que por ali desfilarão.
Em Vênus as a Boy, a poeta pagã Bjork ergue um garoto que acredita na beleza. Ela o associa a um Vênus, mundano e sublime.
Bjork cria uma proposta estética de paisagem do universo feminino ao delinear as linhas dos homens, de seus amantes, mas amplia, principalmente, ao transformar a própria música, melodia, harmonia, ritmo, num tônus mais fluído, gracioso, da entrega em estado de inebriado de sonho de uma mulher que ama.

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