quinta-feira, 23 de abril de 2015

Amigos poetas à Kerouac

                Nós, os Vagabundos Iluminados, somos um grupo de escritores que tem sua poética visceralmente ligada às nossas experiências pessoais. Antes de poetas, nosso grupo se reuniu em torno de uma amizade juvenil que começou na década de 90 em Belo Horizonte. Um amigo apresentou um amigo ao outro e os gostos em comum pela literatura e pelas artes aproximou nossas vidas para a eternidade.
                 A tomada de consciência de que éramos um grupo de poetas veio, é claro, com nossa devoção a escrita como uma elaboração de nossas sensações e impressões do mundo em que vivemos e o que criamos para nós mesmos. Mas também surgiu a partir do conhecimento e a identificação coletiva com diversas estéticas e seus modos de agir. Podemos citar assim o amor pelo Rock n' Roll, a dose extraforte de Nouvelle Vague e a paixão pela literatura de Fernando Pessoa, assim como várias outras correntes estéticas.
               Embora não possamos determinar uma hierarquia de importância dentre essas várias estéticas citadas acima, uma em especial deve ser ressaltada neste projeto: a poesia desenvolvida pelo Movimento Beat nos Estados Unidos. As viagens nômades, as vivências lisérgicas e as atitudes subversivas do grupo formado por nomes como Jack Kerouac, William Burroughs e Allen Ginsberg mostraram uma escrita que se fez da própria vida destes escritores. Tamanha foi a identificação do nosso grupo com a vida/obra desses autores que passamos a nos autodenominarmos Vagabundos Iluminados em referência a um livro de Jack Kerouac chamado Dharma Bums, que foi traduzido para o português como Os Vagabundos Iluminados. No livro, o protagonista Ray Smith é jovem escritor e sua vida/obra será totalmente influenciada por Japhy Rider um jovem Zen-Budista que vive com o mínimo de dinheiro e é alheio a sociedade consumista.
                Assim, tínhamos encontrado algumas chaves para darmos aos nossos leitores. Nossa poesia, assim como a poesia Beatnik, é uma busca por algo a mais dos parâmetros estabelecidos e da sensibilidade poética que não pode ser tomada como a própria vida. Uma renúncia ao excesso, constantemente excessiva. Uma adesão total a rituais indígenas brasileiros, ao Zen-budismo e, ao mesmo tempo, reverenciando o rock mais poderoso e agressivo, sem achar que uma coisa é incompatível com a outra. Somos também antropófagos tropicalistas do samba e da poesia marginal, amantes de Baudelaire, Rimbaud e Homero. Entramos no rio que estão a corrente Beatnik e todas as outras que se jogaram no turbilhão da arte sem o preconceito das definições totalizantes, alheias a sociedade de consumo, querendo consumir de tudo material e espiritual, matando no peito a universalidade e traduzindo em uma poesia singular

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